Perú: o diário Líbero, 11 de dezembro de 2022 |
A imprensa
internacional registou o sensacional apuramento de Marrocos para as
meias-finais do Campeonato do Mundo do Qatar e a inesperada eliminação de
Portugal, mas o destaque mediático assentou na derrota e nas lágrimas de Cristiano
Ronaldo. A sua fotografia foi publicada nas primeiras páginas dos jornais do
mundo inteiro, porque ele é uma figura mundial e a sua notoriedade é maior do
que a do seu próprio país. Não foi Portugal que perdeu. O derrotado foi Cristiano Ronaldo, um ídolo para milhões de adeptos do futebol.
Cristiano Ronaldo
é uma personalidade muito apreciada e é a única pessoa no mundo que tem mais de 500
milhões de seguidores na rede social Instagram. Vestiu a camisola da selecção
em cinco Campeonatos do Mundo, proporcionou muitas alegrias ao povo e, só por
isso, é merecedor da gratidão dos portugueses, cuja alegria e orgulho nacional
estiveram muitas vezes associadas aos golos que marcou. Com ele, a selecção
portuguesa saiu da penumbra e passou a posicionar-se no patamar mais elevado do futebol mundial, enquanto o país passou a ser conhecido mundialmente por ser o país do Ronaldo.
Por cá discute-se
se o que aconteceu foi por mérito marroquino ou por demérito português, ou se
foi por culpa do Ronaldo, do seleccionador Santos ou por quaisquer outras razões, mas
nunca haverá respostas para essas questões. Não sei se Ronaldo devia ou não
devia ter jogado mais tempo, não sei se podia ou não podia ter jogado melhor. Porém,
ficará como registo histórico que, depois de ter sido endeusado durante muitos
anos, Ronaldo foi criticado e maltratado por muitos jornalistas e muitos
comentadores. Irresponsavelmente. Não lhe deram paz nem sossego. No dia 9 de
dezembro, na véspera do jogo com Marrocos, o seleccionador pediu aos
jornalistas que “deixem o Ronaldo em paz”, mas seis dias antes, no dia 3 de
dezembro, já aqui tinha sido escrito “deixem o Ronaldo em sossego”. Cercados por agitadores mediáticos, era difícil que o Ronaldo e os seus companheiros fizessem
melhor. Ficaram nas oito melhores equipas. Foi bem bom, apesar do amargo da
derrota com os marroquinos.
Quase que aposto que a "novela" vai continuar ... é só deixar assentar a poeira!
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