A Turquia surpreendeu
o mundo com as eleições presidenciais e parlamentares que ontem se realizaram,
quer pela normalidade com que decorreram, quer pela participação de mais de 64
milhões de eleitores, correspondentes a 86,99 por cento do eleitorado.
Segundo anuncia a edição de hoje do diário Daily Sabah, o actual presidente Recep Tayyip Erdoğan obteve 49,5 por cento dos votos (27.088.360)
e o seu rival social-democrata Kemal
Kılıçdaroğlu conseguiu 44,89 por cento dos votos (24.568.196). Como nenhum dos
candidatos obteve 50 por cento dos votos, haverá uma segunda volta que se
realizará no dia 28 de Maio, o que acentuará a enorme polarização que já existe
entre o candidato da continuidade e o candidato da renovação. Alguns analistas
têm exagerado e têm designado esta eleição como “a eleição do século”, pois ela
pode determinar uma nova geopolítica regional, com novas alianças no plano
internacional, novas atitudes face à vizinha Síria e ao seu conflito e, sobretudo,
mudanças em relação ao Curdistão, ao PKK e à guerra que decorre nas margens do
mar Negro.
Relativamente às
eleições parlamentares turcas, ainda não são conhecidos os resultados finais,
mas tem sido avançada a vitória do AKP e de Erdoğan. O AKP - Partido da Justiça e do Desenvolvimento (conservador
e islamista) do presidente Erdoğan
e os seus aliados terão obtido 50 por cento dos votos e 325 dos 600 assentos
parlamentares, enquanto o CHP – Partido Republicano do Povo (centro-esquerda e
laico) de Kemal Kılıçdaroğlu e a
aliança de partidos que o apoia, terão conseguido 34 por cento dos votos e 215
mandatos. O HDP - Partido Democrático dos Povos (esquerdista e pró-curdo) e os
seus aliados terão assegurado 60 deputados.
Na Turquia, vamos ver o que aí vem, ou como
diriam os franceses, on vera!
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