Os trabalhos da
Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023, ou COP28, que
se realizaram no Dubai, chegaram ao fim depois de duas semanas de intensas
negociações e, pela primeira vez na história destas conferências organizadas
pelas Nações Unidas, foi alcançado um acordo que prevê o fim da era do petróleo
ou, pelo menos, a redução do seu consumo. Porém, embora o apelo à eliminação
progressiva dos combustíveis sólidos tivesse sido uma grande vitória da COP28,
tem muitos aspectos por esclarecer, sobretudo porque não impõe prazos, nem
limites à produção de petróleo, gás natural e carvão.
Este acordo não
foi fácil e a COP28 esteve em riscos de falhar, mas a maior parte dos duzentos
países e organizações presentes aplaudiu o resultado alcançado, que também
satisfez António Guterres, o secretário-geral das Nações Unidas, que declarou: “esperemos que o
acordo não chegue demasiado tarde”.
É sabido que o
petróleo, o gás natural e o carvão pesam cerca de 80% no consumo energético
mundial e que essas energias fósseis são as principais responsáveis pelas
alterações climáticas que afectam o nosso planeta, pelo que o acordo alcançado
no Dubai significa uma maior sensibilização à escala global e é realmente
histórico. Porém, muitos recordam o acordo alcançado há dois anos em Glasgow
para a redução do consumo de carvão que, de facto, tem continuado a aumentar,
significando que as boas intenções das cimeiras têm tido poucos resultados.
A imprensa
acompanhou os trabalhos da COP28, mas o jornal parisiense La Croix perguntava na
sua edição de hoje se é o fim das energias fósseis.
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