O processo
eleitoral indiano arranca no próximo dia 19 de abril e decorrerá em sete fases
até ao dia 1 de Junho, com o apuramento dos resultados finais a iniciar-se três
dias depois. Com cerca de 1,4 mil milhões de habitantes, a Índia já é o país
mais populoso do mundo e os seus cadernos eleitorais têm cerca de 970 milhões
de eleitores, que votarão em mais de um milhão de assembleias de voto.
O Bharatiya
Janata Party (BJP), que é o partido do actual primeiro-ministro Narendra Modi,
é o favorito à vitória e, depois de Jawaharlal Nehru, pode tornar-se no segundo
primeiro-ministro indiano a conseguir três mandatos consecutivos. O seu
principal adversário é Rahul Gandhi, bisneto de Nehru, que é o candidato do
Indian National Congress (INC), mas as sondagens são-lhe muito desfavoráveis.
A este propósito,
a revista Newsweek publicou uma entrevista exclusiva com Narendra Modi, classifica-o
como unstoppable, isto é, imparável,
anunciando que ele “está mudando a Índia e o mundo”. A longa entrevista de Modi
é, sobretudo, uma peça de propaganda e uma reportagem muito laudatória em relação à sua liderança, tendo
todas as características de uma publireportagem ou reportagem paga.
Modi quer ter um
estatuto mais elevado na comunidade internacional e paga para isso, mas porque
é muito popular internamente, tudo aponta para que a sua vitória seja muito
expressiva. Ele tem liderado a modernização do país, desde as infraestruturas às redes digitais, bem como a luta contra a pobreza. Porém, a sua ambição está cheia de
contradições e revela um radical do nacionalismo e do hinduísmo, que coloca as
suas hostes do RSS, a milícia paramilitar nacionalista hindu do BJP, a destruir mesquitas e igrejas e a perseguir, por vezes de forma muito violenta, as alargadas comunidades muçulmanas
e cristãs da Índia.
Diz-se que a
Índia é a maior democracia do mundo, mas há quem disso tenha dúvidas. A última edição portuguesa da revista Le Monde Diplomatique pergunta mesmo se a Índia é uma democracia.
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