Vladimir Putin
iniciou ontem uma visita de Estado à República Popular da China, onde foi
recebido por Xi Jinping com todas as honras militares, tendo essa visita tido
grande destaque na imprensa chinesa e na imprensa mundial. Nas primeiras declarações
conjuntas, os dois líderes reafirmaram a sua parceria “sem limites”, criticaram
as alianças militares americanas na Ásia e na região do Pacífico e assinaram
uma declaração conjunta sobre aprofundamento dos laços entre os seus países.
Aparentemente, as
relações entre a Rússia e a China continuam fortes e têm-se aprofundado devido
às crescentes pressões ocidentais, cujos poderes não querem perder o seu
estatuto hegemónico no mundo.
Embora a China venha
procurando apresentar-se ao mundo como neutra no conflito ucraniano, o facto é que apoiou
a narrativa que afirma que a Rússia foi provocada pelo Ocidente e que a tem
apoiado diplomaticamente, que lhe forneceu tecnologia avançada para uso civil e
militar e se tornou um dos principais mercados do petróleo e do gás natural
russos. A China também apresentou um plano de paz para a guerra na Ucrânia, em
12 pontos, que foi rejeitado pelos ucranianos e pelos seus apoiantes
ocidentais, pois perrmitia que a Rússia conservasse os seus ganhos territoriais
no leste da Ucrânia.
Provavelmente, tanto
Putin como Xi pensam na Ucrânia e em Taiwan e, na sua perspectiva, estão sob a
mesma ameaça. Entretanto, depois
de Pequim, Putin vai visitar a cidade de Harbin, perto da fronteira entre os
dois países, que é conhecida como a “Pequena Moscovo da China”, onde se realiza
uma feira comercial russo-chinesa.
Esta visita à China tem
um importante significado político e confirma que Vladimir Putin, com 71 anos, e
Xi Jinping, com 70 anos, têm interesses comuns, pois já se reuniram mais de 40
vezes, pessoal ou virtualmente. Encontraram-se agora, mas Xi Jinping estivera
em Moscovo em Março de 2023, enquanto Putin visitara Pequim em Outubro de 2023.
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