sábado, 6 de julho de 2024

O Reino Unido e a sua viragem política

As eleições realizadas no passado dia 4 de julho no Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte tiveram um resultado demolidor para o governo do Partido Conservador e deram a vitória ao Partido Trabalhista de Keir Starmer, que conquistou 412 dos 650 lugares do Parlamento (antes tinha 205), o que significa que conquistou a maioria absoluta.
Depois dos trabalhistas Tony Blair e Gordon Brown, a partir de 2010 o governo de Sua Majestade foi exercido pelos primeiros-ministros conservadores David Cameron, Theresa May, Boris Johnson, Liz Truss e Rishi Sunak. Foram 14 anos em que aconteceu o Brexit, o covid-19, vários escândalos políticos e a instabilidade global se acentuou nos serviços públicos, na economia, na segurança e na imigração. Os Conservadores foram fortemente penalizados e têm agora 121 deputados (antes tinham 344).
A terceira força política britânica são os Liberais Democratas que passaram a ter 71 deputados (antes tinham apenas 15). Como nota de curiosidade, regista-se a eleição à oitava tentativa de Nigel Farage, lider dos Reformistas de extrema-direita e considerado o pai do Brexit, que passaram a ter 4 deputados.
Os britânicos votaram na 4ª feira e na 6ª feira de manhã o rei Carlos III recebeu Keir Starmer no Palácio de Buckingham e convidou-o a formar governo. Aceite o convite, Starmer foi investido ao início da tarde e dirigiu-se depois para o número 10 de Downing Street, onde fez uma curta declaração a anunciar a necessidade de uma “renovação nacional” e da “devolução da política ao serviço público”, começando de imediato a trabalhar. Tudo rápido como deve ser.
Porém, a maior curiosidade da política britânica é a sua viragem à esquerda, quando na Europa e nos Estados Unidos parece estar em curso uma viragem para a direita.

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