Os resultados das
eleições venezuelanas realizadas no dia 28 de julho foram anunciados dando a
vitória a Nicolas Maduro com 51,2% dos votos, mas foram fortemente contestados
desde a primeira hora, tanto pelo candidato derrotado Edmundo González Urrutia,
como pela oposição venezuelana e pela generalidade da comunidade
internacional. Desde logo, surgiram acusações de fraude e foi exigida a
divulgação das actas das mesas eleitorais, para demonstrar, ou não, que houve
manipulação na sua transcrição para o registo de apuramento final.
Nas ruas
surgiram manifestações de contestação aos resultados anunciados, mas também outras manifestações de
apoio a Maduro e ao chavismo. No entanto, vários países reconheceram González
como vencedor e muitos outros países exigiram a divulgação das actas
eleitorais, mas Maduro conseguiu que as Forças Armadas lhe manifestassem apoio. Até ver…
Maduro controla
todas as instâncias de poder na Venezuela e há dois dias, sem surpresa,
ouviu-se a voz da Caryslia Beatríz Rodrígues, a presidente do Tribunal Supremo
de Justicia (TSJ), a certificar de forma “inobjetable” os resultados eleitorais,
conforme anunciou o jornal El Periodiquito que se publica na
cidade de Maracay, no estado de Aragua. Com esta validação da sua reeleição por
um TSJ, que é “um braço armado do chavismo”, Nicolas Maduro endureceu o seu
discurso e as suas ameaças. Porém, tanto a Organização dos Estados Americanos
como a União Europeia recusam reconhecer a vitória de Maduro até à verificação
das actas eleitorais e há onze países americanos, incluindo os Estados Unidos,
a Argentina, o Chile e o Perú, que se recusam aceitar a decisão do TSJ,
enquanto o vizinho Brasil se mostra dialogante com Maduro para ultrapassar a crise
política na Venezuela.
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