Na passada semana a câmara baixa do Parlamento alemão (Bundestag) aprovou a expansão do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), o que foi considerado pelo Le Figaro como a luz verde da Alemanha para salvar a Grécia. Outros, menos optimistas, disseram que era apenas um balão de oxigénio para a Grécia, mas também para a moeda única e para a própria União Europeia.
A aprovação do reforço de 211 mil milhões de euros do FEEF foi decisiva para se avançar com o novo pacote de ajuda à Grécia, aprovado na cimeira de 21 de Julho. Porém, para muita gente, este pacote só adia o problema grego e continua a deixar a Europa e a América à beira de uma recessão desastrosa.
A receita de austeridade em curso na Grécia, mas também em Portugal, na Itália e na Espanha, será indispensável para reduzir os défices e travar as dívidas públicas, mas está associada à recessão económica, ao empobrecimento, ao desemprego e à fragmentação social. É um preço muito alto. Não é a solução perfeita, como vem mostrando a realidade social. As medidas adoptadas não atingem todos da mesma forma e algumas delas são desproporcionadas. Os calendários impostos são muito apertados. É caso para dizer que não se morre da doença, mas morre-se da cura.
O equilíbrio orçamental e o pagamento das dívidas exigem austeridade, mas também precisam de crescimento económico para gerar os recursos necessários à normalização da vida financeira dos aflitos.
Austeridade e crescimento económico têm que ser equilibrados tal como as torneiras da água quente e da água fria. Quem é que, aqui e lá por fora, tem a necessária solução de equilíbrio entre as torneiras da austeridade e do crescimento económico?
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