Estamos a três
semanas de se iniciar a famosíssima regata - The Tall Ships Race 2014
- que este ano decorre entre os dias 3 de Julho e 5 de Agosto numa área muito
limitada do Mar do Norte e que partirá de Harlingen (Holanda), com paragens em Fredrikstad
e Bergen (Noruega) e em Esbjerg (Dinamarca), estando prevista a participação de
oito dezenas de veleiros, incluindo o lugre português Santa Maria Manuela. Os veleiros participantes já começaram a
convergir para a área de partida e um desses navios é o Kruzenshtern, que é o segundo maior veleiro do mundo e serve de
navio-escola da Marinha russa, que esta semana visitou o porto francês de Le Havre
e mereceu honras de primeira página no jornal Le Havre Presse.
Trata-se de uma
barca com 4 mastros e 114 metros de comprimento que foi construída em 1926 nos
estaleiros alemães de Bremerhaven, que foi utilizado no transporte de minério
entre o Chile e a Alemanha, que serviu depois de navio-escola alemão no mar Báltico
e que veio a ser capturado pelos Aliados e entregue à Rússia como compensação de
guerra. Em 1954 adoptou o seu actual nome e foi integrado na Marinha russa.
A visita de um
navio ao porto de Le Havre, situado na região administrativa da Alta Normandia
que tanto sofreu durante a 2ª Guerra Mundial, é um acontecimento de rotina.
Porém, o destaque que a imprensa local dá à visita de um veleiro é esclarecedor
do interesse pelas actividades marítimas e pelo simbolismo dos grandes veleiros. Aqui,
neste “jardim à beira-mar plantado”, continuamos a utilizar uma retórica de
grande maritimidade, mas na realidade continuamos de costas voltadas para o mar quando,
cada vez mais, “navegar é preciso”.
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