É sabido que os
membros masculinos das casas reais europeias têm uma importante parte da sua
educação assente na formação militar, passando habitualmente pela sua
incorporação activa nos três ramos das Forças Armadas. Esse facto é
particularmente notório no Reino Unido, onde os elementos masculinos da Casa de
Windsor frequentam as escolas militares e prestam serviço em diferentes
unidades militares. Esta atitude inspira-se no exemplo cívico da Rainha Isabel
II que durante a 2ª Guerra Mundial serviu no Auxiliary Territorial Service, durante os bombardeamentos alemães
sobre algumas cidades inglesas.
Assim, o exemplo vem de cima e os deveres de cidadania são assumidos pelos príncipes. O seu
filho Andrew é comandante da Royal Navy e serviu como piloto de helicópteros na
guerra das Falklands, tendo voado em várias missões militares de alto risco e
de evacuação de feridos nesse teatro de operações. O seu neto Harry pertenceu
ao regimento Household Cavalry e esteve no Afeganistão a combater os talibãs
durante dois meses, integrado nas forças expedicionárias britânicas. O outro
neto da Rainha é o príncipe William, que é o segundo na linha de sucessão ao
trono e que se qualificou em 2010 na RAF, tendo servido como piloto de helicópteros
no serviço de busca e salvamento e realizado 156 missões operacionais e resgatado
149 pessoas.
Agora, um ano
depois de ter deixado a RAF, o príncipe William decidiu aceitar um convite para
voltar a voar ao serviço de uma empresa privada – Bond Air Services – a quem
está adjudicado o East Anglian Air Ambulance, isto é, as missões de serviço público
de transporte em ambulância aérea de doentes e feridos. A notícia foi divulgada
pela CNN e é a primeira vez que um membro da Família Real Britânica aceita um
emprego civil, embora o seu salário vá reverter na sua totalidade e por sua iniciativa
pessoal para instituições de caridade. É com estes exemplos de devoção à causa
pública que a Monarquia Britânica sobrevive.
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