No início do ano
de 2003 circulou uma informação falsa que George W. Bush e Tony Blair tomaram
como verdadeira, que assegurava que o regime de Sadam Hussein estava a
desenvolver armas de destruição maciça que ameaçavam a paz e a segurança
mundiais. Nesse contexto, uma coligação de forças americanas, inglesas e de alguns
dos seus aliados iniciou no dia 20 de Março de 2003 a invasão do Iraque a
partir do Kuwait e, ao fim de três semanas, essas forças entraram em Bagdad. O
regime de Sadam Hussein caiu e, em Dezembro de 2004, ele próprio foi capturado.
A coligação liderada pelos americanos ocupou o país e procurou estabelecer um
regime democrático segundo o modelo ocidental, mas não conhecia o país. Assim, viu-se
confrontada com um clima de desordem e de guerrilha em que se combatiam sunitas
e xiitas, ao mesmo tempo que se reforçava a influência da jihad ou das jihads,
mais ou menos inspiradas na Al-Qaeda. Aos poucos os parceiros da coligação
foram abandonando o Iraque e, em Dezembro de 2011, também os Estados Unidos
deram por terminada a sua presença no país. Foi a partir de então que a situação se deteriorou mais rapidamente e
que surgiu o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), um grupo jihadista radical que conseguiu recrutar
milhares de combatentes e que, em pouco tempo, domina partes importantes dos
territórios sírio e iraquiano, incluindo a maior central hidroelétrica iraquiana, que
assegura o abastecimento de água e de electricidade para grande parte do país. A brutalidade dos seus métodos tem impressionado o
mundo e a palavra genocídio entrou no noticiário internacional. Nesse quadro, o
presidente Obama decidiu lançar os seus aviões contra as forças jihadistas com o objectivo humanitário
de proteger as minorias religiosas iraquianas, mas também para impedir a progressão
das forças do EIIL em direcção a Bagdad, prevenindo desde logo os americanos e
o mundo que a intervenção será demorada. Os mass
media internacionais já falam na nova guerra do Iraque, um país onde a
intervenção americana tem produzido um nível de tragédia como o país nunca vira
na sua história recente.
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