Depois de 54 anos
de total ausência de relações, de muita tensão e de algumas provocações, as
diplomacias americana e cubana conseguiram chegar a uma base de entendimento
que teve ontem o seu momento mais simbólico em Washington, quando foi hasteada
a bandeira cubana na nova Embaixada de Cuba nos Estados Unidos. Esse acto foi
protagonizado perante mais de cinco centenas de convidados pelo ministro Bruno
Parrilla, o primeiro governante cubano a entrar nos Estados Unidos em mais de
50 anos.
A história de Cuba é demasiado rica de grandes acontecimentos,
neles se incluindo a sua luta pela independência contra o poder colonial espanhol que
culminou em 1898, o movimento guerrilheiro de Fidel de Castro e dos seus
companheiros que a partir da Sierra Maestra tomaram o poder em 1959 e a controvérsia que a revolução
cubana e os seus ícones sempre despertaram. Cuba desafiou e afrontou os Estados
Unidos e o imperialismo económico-militar dos tempos modernos, aliou-se ao
sovietismo e alimentou conflitos um pouco por todo o mundo. Isolou-se do mundo
e, como contrapartida, os onze milhões de cubanos ficaram mais afastados da
comunidade internacional.
Agora, os dois
milhões de cubanos que vivem nos Estados Unidos, sobretudo na Florida, estão a passar por um tempo de
confiança e de orgulho nacional, conforme revela o Miami Herald. Porém, o processo de normalização das relações
entre os dois países vai ser longo e lento, pois há muitas forças, quer em Cuba
quer nos Estados Unidos, que não esquecem as tensões do passado e não aceitam
os passos que estão a ser dados por Barack Obama e por Raul Castro. Uns prometem não terminar com
o embargo económico que vigora desde 1962, enquanto outros reclamam o fim do
regime fidelista. Por isso, durante a cerimónia em Washington alguns manifestantes gritaram “Cuba si, Fidel no”, enquanto outros preferiram
gritar “Cuba si, embargo no”, mas
seguramente que está aberta uma nova era para os 11 milhões de cubanos que
vivem na ilha.
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