sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A Turquia já está ameaçada pela guerra

A instabilidade parece ser a característica principal da situação na Europa e nas suas vizinhanças e, como se já não houvesse tantos focos de justificada preocupação, os observadores internacionais estão agora a chamar a atenção para a Turquia e, como faz o Courrier International, pergunta se não estaremos perante uma nova Síria.
Durante muitos anos o Presidente Erdogan e o seu partido islamo-nacionalista AKP, adoptaram um modelo de democracia conservadora, aliando um capitalismo liberal com um islamismo moderado, fazendo crescer a economia e apostando na entrada na União Europeia. Porém, o que se tem passado nas suas vizinhanças e no próprio país alterou aquele quadro que aparentava estabilidade e progresso.
No próximo domingo, pela segunda vez este ano, os turcos vão às urnas para escolher o seu novo Parlamento numa altura em que o país está muito dividido e atravessa uma grave crise política e social, mas em que também está muito isolado no plano internacional por causa dos dossiers curdo e sírio. Muitos observadores não hesitam em classificar a situação de pré-guerra civil, com o Presidente Erdogan a reforçar o seu autoritarismo devido à sua obcessão com a questão curda e à perspectiva da criação de um Estado curdo nas suas fronteiras, mas também pela estagnação da economia, pelo peso dos refugiados e pelas graves dissensões internas do seu regime.
Além disso, as operações militares que tem desenvolvido contra o Estado Islâmico e contra os curdos, as manifestações da oposição ao seu regime e os violentos atentados que têm ocorrido, contribuem para um clima de grande tensão no país. Abandonada por americanos e russos, a Turquia parece à beira da implosão e o Courrier International pergunta se a Turquia não será a próxima Síria. Depois da Líbia, do Iémen, do Iraque e da Síria, iremos assistir ao colapso do Estado turco? Estaremos em vias de uma sirianização?

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