A instabilidade
parece ser a característica principal da situação na Europa e nas suas
vizinhanças e, como se já não houvesse tantos focos de justificada preocupação,
os observadores internacionais estão agora a chamar a atenção para a Turquia e,
como faz o Courrier International, pergunta se não estaremos perante uma
nova Síria.
Durante muitos
anos o Presidente Erdogan e o seu partido islamo-nacionalista AKP, adoptaram um
modelo de democracia conservadora, aliando um capitalismo liberal com um
islamismo moderado, fazendo crescer a economia e apostando na entrada na União
Europeia. Porém, o que se tem passado nas suas vizinhanças e no próprio país alterou
aquele quadro que aparentava estabilidade e progresso.
No próximo
domingo, pela segunda vez este ano, os turcos vão às urnas para escolher o seu
novo Parlamento numa altura em que o país está muito dividido e atravessa uma grave
crise política e social, mas em que também está muito isolado no plano
internacional por causa dos dossiers curdo e sírio. Muitos observadores não
hesitam em classificar a situação de pré-guerra civil, com o Presidente Erdogan
a reforçar o seu autoritarismo devido à sua obcessão com a questão curda e à
perspectiva da criação de um Estado curdo nas suas fronteiras, mas também pela
estagnação da economia, pelo peso dos refugiados e pelas graves dissensões
internas do seu regime.
Além disso, as
operações militares que tem desenvolvido contra o Estado Islâmico e contra os
curdos, as manifestações da oposição ao seu regime e os violentos atentados que
têm ocorrido, contribuem para um clima de grande tensão no país. Abandonada por
americanos e russos, a Turquia parece à beira da implosão e o Courrier
International pergunta se a Turquia não será a próxima Síria. Depois da
Líbia, do Iémen, do Iraque e da Síria, iremos assistir ao colapso do Estado
turco? Estaremos em vias de uma sirianização?
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