Depois
de uma pausa de algumas semanas, por certo devida ao inverno e à tomada de
posse do novo presidente dos Estados Unidos, as forças iraquianas apoiadas por
milícias iraquianas, por forças curdas e, ainda, por militares americanos,
ingleses e turcos, retomaram a ofensiva sobre Mossul, que fora iniciada há
quatro meses. “A reconquista de Mossul começou”, escreveu o jornal inglês The
Independent, mas também vários jornais americanos.
A parte oriental da
cidade já foi recuperada no mês passado, mas a batalha pela sua parte ocidental
afigura-se mais difícil porque, tal como aconteceu em Allepo, também em Mossul predominam as ruas
estreitas por onde não podem entrar os carros de combate e onde viverão cerca
de 650 mil civis. Assim, as acções aéreas dos russos e sírios sobre Allepo que
tanto foram criticadas, podem agora repetir-se em Mossul por parte da aviação
aliada. A História mostra que a reconquista de uma cidade pode demorar muitos
meses e a reconquista de Mossul pode demorar muito tempo, mas o facto é que
Donald Trump prometeu vitórias sobre o Daesh e quer resultados rápidos.
Entretanto,
a cidade síria de Deir
Ezzor, que fica situada a cerca de 340 milhas para oeste de Mossul e é defendida
pelo regime sírio, está cercada desde há muito tempo pelo Daesh, sendo os
seus 90 mil habitantes abastecidos por helicópteros. Nessas condições, uma derrota do Daesh em
Mossul poderá fazer com que as suas forças se desloquem para Deir Ezzor para reforçar o cerco àquela
cidade.
Significa,
portanto, que a derrota do Daesh em Mossul pode representar o seu reforço em
Deir Ezzor e que, como sucede em quase todas as guerras, a solução deste
complexo e trágico conflito passa por entendimentos entre aqueles que têm
forças no terreno e, em especial, entre americanos e russos.
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