A última edição da revista The Economist trata das
enorme dúvidas que estão a turvar o horizonte dos britânicos relativamente ao
Brexit e aponta um caminho, ou “a melhor maneira de sair da confusão do
Brexit”.
O acordo para a saída do Reino Unido da
União Europeia foi negociado durante 17 meses e chegou ao fim num texto de 585
páginas, tendo sido aprovado pelo Conselho Europeu no dia 25 de Novembro, por
entre declarações de ser um “dia triste”, ou ser mesmo “uma tragédia”, como
disse Jean-Claude Juncker.
Em qualquer acordo há sempre cedências de
ambas as partes e, para muitos deputados britânicos, os negociadores de Theresa
May cederam demasiado. Na próxima terça-feira, o acordo de 585 páginas vai ser
votado no Parlamento britânico e há sérias dúvidas quanto ao resultado, porque
há demasiada confusão e muita incerteza quanto ao futuro, o que de resto é
retratado na capa que ilustra a última edição do The Economist. A eventual
rejeição do acordo de saída do Reino Unido
da União Europeia e da declaração sobre as relações futuras entre ambos poderá acontecer
como resultado de um consenso inesperado entre eurocépticos e euroentusiastas, unidos
à volta do Partido Trabalhista, dos Liberais Democratas, dos nacionalistas
escoceses, galeses e de muitos conservadores. O problema continua a dividir os
britânicos e, aparentemente, Theresa May não vai conseguir que o acordo seja
aprovado. A confusão será ainda maior, com uns a defender a revogação do acordo
e outros a sua renegociação, que a União Europeia não parece aceitar. Há uma grande desorientação entre os políticos e aumenta a oposição a Theresa May , assim como a convicção de que o Brexit falhou. A ser assim, a
saída deste imbróglio poderá ser um novo referendo ou, mais provavelmente,
eleições gerais antecipadas.
O que não há dúvidas é que a votação da próxima
terça-feira pode muito bem lançar mais incerteza no futuro do Reino Unido, mas
também na União Europeia.
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