sábado, 8 de dezembro de 2018

Um país com greves, demasiadas greves

De entre os direitos, liberdades e garantias dos trabalhadores, no seu  artigo 57º a Constituição da República Portuguesa garante o direito à greve. Portanto, ninguém pode acusar os grevistas que estão a perturbar a vida dos portugueses nas escolas, nos tribunais, nos hospitais ou nos transportes, de qualquer ilegalidade porque ao fazerem greve eles estarão a defender os seus direitos contra o patronato opressor.
Hoje, o Expresso fala em greves e mais greves, na sua maior parte incompreensíveis para a população. Porém, quando os juízes, os professores, os enfermeiros, os médicos, os bombeiros, os guardas prisionais, os funcionários judiciais, os notários, os estivadores, os farmacêuticos, os técnicos de diagnóstico, os ferroviários e muitas outras organizações profissionais, declaram a greve contra o patrão Estado, ficamos naturalmente apreensivos porque as exigências que esta gente faz, são exactamente a mesma coisa que fazer uma exigência para que os cidadãos paguem mais impostos. Significa, portanto, que os juízes, os professores, os enfermeiros e por aí em diante, querem comer mais do bolo estatal, o que significa que querem que eu e os meus concidadãos paguemos mais impostos.
Os directórios partidários e sindicais lutam pelo poder e em tempo pré-eleitoral iniciaram o seu combate político. É um combate político porque, cada vez menos, esses directórios defendem os cidadãos que supostamente representam. É isso que fazem o Arménio, mais o Nogeira, a Avoila e até o sindicalista Ventinhas. Naturalmente, a adesão dos trabalhadores a estas lutas sindicais com fins político-partidários, revela um comportamento pavloviano, isto é, revela reflexos incondicionados, porque ninguém informado e de bom senso, nomeadamente os juízes, os professores, os enfermeiros e por aí em diante, adere a estas greves que, muitas vezes, estão contra os seus próprios interesses e apenas servem as estratégias de poder dos directórios partidários e sindicais.

3 comentários:

  1. Não descansam enquanto não puserem o PPC outra vez a azucrinar o pessoal.

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  2. Concordo perfeitamente. Até diria mais o que não cabe aqui (por falta de espaço) explicar. Resumidamente, a repartição do bolo estatal é um jogo de resultado zero, i.é. aumentar uns implica diminuir outros, estes sempre os que não têm força reivindicativa, nomeadamente os pensionistas. Mas como sabemos que há muita distorção e injustiça na repartição daquele bolo e tendo os sindicados (pelo menos os mais fortes) meios técnicos e humanos para isso, porque não exigir-lhes que calculem o valor monetário das suas reivindicações e as façam acompanhar da sugestão onde o Estado o pode ir buscar?
    Ingénuo? Talvez.

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  3. Concordo plenamente.
    Obs. Tinha colocado aqui um pequeno comentário a desenvolver embora resumidamente a minha concordância mas não apareceu. Será que fui eu que o não fiz seguir? Provavelmente.

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