Perante o que
sucedeu ontem no Parlamento britânico é preciso lembrar que o referendo sobre a
permanência do Reino Unido na União Europeia se realizou no dia 23 de Junho de
2016, que votaram 33,5 milhões de eleitores e que 48,11% escolheram remain e 51,89% escolheram leave. A Escócia e a Irlanda do Norte,
tal como a cidade de Londres, votaram pelo
remain, enquanto a Inglaterra e o País de Gales votaram pelo leave. O Reino Unido ficou dividido e a
decisão de avançar com o Brexit tinha uma enorme fragilidade política, como se
tem observado.
A
primeira-ministra Theresa May avançou para Bruxelas e iniciou as negociações
tendentes ao divórcio. O desafio era complexo e à medida que o processo
avançava, apareciam inesperadas dificuldades a mostrar que a análise
custo-benefício da decisão britânica era mais desfavorável do que inicialmente
se pensara. As incertezas começaram a perturbar a opinião pública britânica,
mas o acordo entre Londres e Bruxelas acabou por ser obtido.
Ontem, o plano
para a saída do Reino Unido da União Europeia teve 202 votos a favor e 432
votos contra. Foi uma estrondosa derrota para o governo de Theresa May que viu
118 dos seus 317 deputados a votar contra a sua proposta. “A complete
humiliaton”, escreveu hoje a edição do The Daily Telegraph.
A saída da União
Europeia prevista para 29 de Março ficou comprometida. Theresa May tem agora três
dias para apresentar uma nova proposta, mas da parte europeia tem sido repetido
que não haverá quaisquer revisões do acordo já conseguido.
As hipóteses
sobre o que se poderá passar são uma incógnita. Jeremy Corbyn, o líder
trabalhista, já anunciou a apresentação de uma moção de censura, o que pode
significar que May esteja a poucas horas de se demitir, o que abre a porta a eleições
gerais antecipadas, enquanto a realização de um segundo referendo ganha cada
vez mais apoiantes. David Cameron bem pode andar preocupado com o imbróglio que arranjou no Reino Unido.
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