A imprensa
espanhola é hoje dominada pelo orçamento apresentado pelo governo de Pedro
Sanchéz e a nota dominante é o aumento do investimento público na Catalunha,
que é interpretado como uma tentativa de adormecer o movimento separatista catalão.
O jornal ABC escolheu para título da sua edição que “o golpismo tem
prémio” e ilustra a sua primeira página com a Catalunha a festejar com fogo de artifício. Essa também parece ser a opinião das regiões mais desfavorecidas que
contestam o favorecimento das regiões do nordeste da Espanha, que são as que menos precisam, mas que mais barulho
fazem.
A estratégia de
Pedro Sanchez e do governo do PSOE é bem diferente daquela que foi prosseguida
por Mariano Rajoy e pelo governo do PP, porque enquanto Rajoy enfrentava
duramente os independentistas, Sanchéz tem adoptado a táctica do diálogo e da
cedência de alguma coisa, como se vê agora no orçamento que aumenta 52% na
Catalunha e 32% em Aragão. Outro jornal madrileno, na linha do que escreveu o ABC,
diz que “Sanchéz rega o separatismo com milhões e ainda oferece mais”.
Embora o
orçamento também tivesse sido aumentado noutras regiões, como na carenciada
Extremadura onde cresceu 27,3%, a opção orçamental gerou muito desagrado nas
outras regiões autónomas espanholas, designadamente na Galiza, nas Canárias e
no País Basco. A Galiza afirma-se marginalizada e um dos seus mais influentes
jornais escreve hoje que o orçamento representa “67 euros menos para cada
galego e 93 euros mais para cada catalão”.
Só o futuro nos
pode revelar como vai evoluir o problema catalão, embora não pareça que a boa
solução se encontre na via orçamental.
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