A guerra na
Caxemira poderá estar de volta. A região situada
no extremo noroeste do subcontinente indiano é disputada desde 1947 pela Índia
e pelo Paquistão. Para separar os dois países foi estabelecida uma linha de controlo
militar ou Line of Control (LoC) que
resultou de um acordo assinado em 1949 e que estabeleceu a United Nations Military
Observer Group in India and Pakistan (UNMOGIP), que é a mais antiga missão permanente das
Nações Unidas no mundo.
A rivalidade entre ambos os países nasceu do desmembramento do Império
Britânico ou British Raj em 1947 e com as suas independências, que resultaram da
rivalidade entre os muçulmanos de Muhammad Ali Jinnah, líder da Liga Muçulmana, e os hindus de Jawaharlal Nehru, líder do Congresso Nacional Indiano. Como a rivalidade religiosa e política são inultrapassáveis, os dois países já tiveram quatro guerras (1947,
1965, 1971 e 1999), além de muitas escaramuças menores nas suas
fronteiras.
Agora parece que o conflito está outra vez de volta com as duas
potências, nucleares e bem armadas, a entrar numa perigosa escalada. Segundo foi
anunciado, a aviação indiana atacou campos de treino do grupo islâmico Jaish-e-Mohammad (JeM), na Caxemira paquistanesa, tendo provocado muitas baixas, numa acção de
retaliação a um ataque que esse grupo fizera recentemente e que matara 42
soldados indianos, o que foi
o mais mortífero ataque dos últimos 30 anos. O
Paquistão nega o sucesso da operação indiana e já disse que tem direito a uma
resposta apropriada. Hoje, as informações são muito contraditórias e ambos os
países anunciaram ataques aéreos e o derrube de aviões dos dois lados. As provocações mútuas
já trouxeram preocupações internacionais, com os Estados Unidos, a China e a
União Européia a pedir calma aos dois lados, até porque ambos possuem mísseis
balísticos capazes de transportar armas nucleares.
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