Vigarista, batoteiro, racista. Estas foram algumas
das acusações feitas a Donald Trump por Michael Cohen, o advogado que durante uma década foi um dos seus mais leais
colaboradores. A imprensa mundial destaca hoje essas declarações que nos
impressionam e que vêm mostrar a verdadeira face deste e de outros donald que há por esse mundo fora e das
causas, ou interesses, que defendem.
É realmente
preocupante que o mundo esteja sujeito às disfunções de certos dirigentes,
sobretudo quando são poderosos.
Na mesma altura
em que Cohen falava no Congresso sobre as tropelias do Donald, o mesmo Donald
abraçava e jantava no Vietnam com o ditador norte-coreano Kim Jong-un e, nas
fronteiras venezuelanas, os seus agentes procuravam abater o aspirante a ditador
Nicolás Maduro, num país em que existem partidos políticos, oposição organizada
e eleições, provavelmente pouco livres, mas que atravessa uma grave crise
económica causada principalmente pelo boicote promovido pela administração
Trump. Este comportamento enviesado e de geometria variável na política externa do Donald não admira e basta observar o que se passa com a amizade mantida com a
Arábia Saudita, que é a ditadura mais radical do mundo, onde perdura um regime
culturalmente fechado e intolerante, mas que é alimentado militarmente pelos
Estados Unidos.
Porém, o Donald
escolheu três pesos e três medidas para gerir a sua relação com os ditadores: ao
rei saudita Salman vende armas que são pagas em petrodólares, ao ditador Kim
Jong-un oferece ajuda económica em troco da desnuclearização da península
coreana e ao aspirante a ditador Nicolás Maduro apenas quer tirar o poder, num
quadro de abusiva ingerência na política interna de um país soberano.
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