Na passada semana
a revista The Economist destacava na sua capa que o surto do novo coronavírus
estava a tornar-se global, mas uma semana depois começa a poder afirmar-se que
a epidemia já é global porque, segundo as últimas notícias, estão infectadas
mais de cem mil pessoas, das quais 3.459 já morreram em 92 países, sobretudo na
China, Coreia do Sul, Japão, Irão e Itália. O nervosismo instalou-se no mundo e
em alguns casos já derivou para o pânico, porque embora as autoridades procurem
serenar as populações, a indústria da informação e os seus agentes não resistem
a esta oportunidade de sensacionalismo e, objectivamente, tudo fazem para as
alarmar.
As medidas
anunciadas pelos governos começam a ser drásticas e estão a afectar a
tranquilidade e o modo de vida das pessoas, enquanto os efeitos desta situação
sobre a economia já são muito perturbadores, com a brutal quebra do turismo, a
redução da oferta no transporte aéreo, a queda da bolsa e da cotação do
petróleo, o cancelamento de eventos desportivos e culturais. Os efeitos
psicológicos do Covid-19 estão a ser devastadores e, como é evidente, mesmo que
a sua agressividade se atenue rapidamente, o que até agora já aconteceu vai ter
repercussões na economia mundial e a recuperação da confiança e da actividade económica
vão demorar.
Em Portugal o
surto parece limitado por agora e as medidas adoptadas têm sido as que a OMS
recomenda e que não têm diferido das que têm sido tomadas pelos seus parceiros
europeus, embora haja um grande sensacionalismo da comunicação social, com
alguns exageros e até alguma ansiedade por parte dos jornalistas estagiários do
costume que, com toda a diligência, procuravam noticiar em primeira mão a
detecção do primeiro caso positivo de infecção com o Covid-19.
Esta gente bem
precisava de aprender a dar as notícias ou informar com exactidão e verdade, sem
o sensacionalismo emocional com que nos assaltam e incomodam, até porque o
assunto é demasiado importante para ser tratado por amadores.
Sem comentários:
Enviar um comentário