O Jornal
de Angola assinala na sua edição de hoje a batalha de Cuito Cuanavale, que ocorreu no sul de Angola, escrevendo que essa batalha alterou a História de África.
Decorreu
entre os dias 15 de Novembro de 1987 e 23 de Março de 1988, isto é, durante
mais de quatro meses e nela tomaram parte, de um lado, o exército angolano
(FAPLA) e as forças expedicionárias cubanas (FAR) e, do outro, as forças da UNITA e o exército
sul-africano. Como quase sempre acontece nestes casos, ambos os lados
reclamaram vitória nesta batalha que foi a mais prolongada e dura que aconteceu
no continente africano desde a 2ª Guerra Mundial.
Tudo começou com
um ataque das FAPLA às bases da UNITA situadas na Jamba e em Mavinga, feito com aviação e com o auxílio de unidades motorizadas cubanas e tanques de origem soviética. A
África do Sul que ocupava o território fronteiro da Namíbia pretendeu opor-se a
que as FAPLA ocupassem aquela região fronteira e desse abrigo aos nacionalistas
da SWAPO. Houve avanços e recuos das duas forças em presença e, durante os
quatro meses de combates, morreram alguns milhares de combatentes. Quando se
verificava um impasse nos combates foram assinados os acordos de Nova Iorque
entre Cuba, África do Sul e Angola, que deram origem à Resolução 435/78 do
Conselho de Segurança das Nações Unidas que levou à retirada das forças estrangeiras de Angola, à independência da Namíbia,
ao fim do regime de segregação racial conhecido por apartheid que vigorava na África do Sul e à libertação de Nelson
Mandela que se verificou no dia 11 de Fevereiro de 1990.
Cuito Cuanavale
representa, portanto, um marco na história da libertação da África Austral e as
autoridades angolanas celebram a data e criaram um parque temático no Triângulo do Tumpo, para
honrar a memória dos seus combatentes e servir de memória para as gerações
futuras.
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