Depois do
“escândalo” que foi o cancelamento do contrato de fornecimento de doze submarinos
nucleares à Austrália, que constituiu um duro golpe para a indústria de defesa
francesa e originou muita tensão entre americanos e franceses, surgiu hoje no Le Figaro e em outros jornais franceses, a
notícia de ter sido assinado um contrato pela Dassault Aviation para o
fornecimento de oitenta caças Rafale F4 e doze helicópteros de transporte
militar Caracal para as Forças Aéreas e de Defesa Aérea dos Emirados Árabes
Unidos. Não foi um acontecimento de rotina e, por isso, Emmanuel Macron e o
sheikh Mohammed Al Nahyane, o príncipe herdeiro do Abu Dhabi, assistiram à
assinatura do contrato.
Segundo foi
anunciado, trata-se da maior encomenda feita até hoje deste avião, que entrou ao
serviço em 2004 e que já equipa o Qatar (36 unidades) e o Egipto (24 unidades),
embora este país tenha assinado no início deste ano um contrato para o
fornecimento de mais 30 unidades. Depois das Forças Armadas francesas, as Forças
Armadas dos Emirados serão as primeiras que irão dispor desta moderna versão do
Rafale, que irão substituir os seus Mirage 2000. Este contrato de 17 mil milhões de euros é
uma excelente notícia para a França e para a indústria aeronáutica francesa,
bem como para o universo de quatro centenas de empresas, grandes e pequenas,
que contribuem para a produção do Rafale, o que representa milhares de empregos
garantidos para os franceses durante a próxima década.
A Dassault
Aviation tem 12.400 colaboradores e, até hoje, fabricou e vendeu mais de dez mil
aviões de diversos tipos, incluindo 2.500 Falcon para mais de noventa países. É
uma grande empresa e uma grande alavanca para a economia francesa, embora se trate de recursos que bem poderiam ser utilizados para tornar a humanidade mais feliz ou
para ajudar a reduzir a pobreza e a fome no mundo. Porém as coisas são o que são e não são aquilo que poderiam ser.
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