A tensão entre a
NATO e a Rússia persiste e a imprensa mundial de referência faz manchete dessa
situação, em que se sucedem as ameaças e as provocações mútuas. A guerra parece
iminente, como escreve a revista Der Spiegel na sua edição de hoje,
em que pergunta “até onde irá Putin”. A NATO e os americanos recordam a invasão
russa da Crimeia em 2014 e procuram dissuadi-la de invadir a Ucrânia com os milhares
de soldados que estão colocados na fronteira, ameaçando com retaliações económicas.
Porém, as mais recentes declarações de Joe Biden revelando que não há unanimidade
no seio da NATO e aceitando uma “invasão menor”, suscitaram muita polémica no
seio da NATO e das autoridades ucranianas.
A Rússia sente-se
ameaçada, exigindo que a NATO cesse as actividades consideradas provocatórias junto
das suas fronteiras e se retire dos países bálticos, da Bulgária e da Roménia,
o que significa o restabelecimento das “fronteiras” que existiam em 1997 entre
a NATO e a Rússia. Além disso, a Rússia exige que os Estados Unidos e a NATO se
comprometam a não admitir a Ucrânia como membro da NATO. A Rússia foi invadida
por Napoleão e por Hitler e esse trauma da “invasão ocidental” persiste na cultura
estratégica russa, pelo que desejam minimizar essa ameaça, hoje corporizada na
NATO, mas também pretendem erguer-se e libertar-se da humilhação que foi a
desagregação da União Soviética.
Hoje, Antony
Blinken e Sergey Lavrov, chefes da diplomacia americana e russa, estiveram
reunidos em Genebra para falar sobre a crise e, segundo foi difundido pelas agências
noticiosas, não houve quaisquer avanços e apenas ficou assente que continuariam
os encontros entre ambas as partes.
O problema é que
a propaganda e a manipulação das notícias não nos permitem compreender
exactamente o que se passa, nem fazer juízos sobre o que aí vem, mas o que é necessário é evitar a guerra.
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