No dia 6 de junho
de 1944, as tropas aliadas sob o comando do general Dwight Eisenhower
desembarcaram nas praias da Normandia e iniciaram a invasão que levou à
libertação da França e à derrota do nazismo alemão, cujo líder era Adolfo
Hitler. Foi há oitenta anos que as tropas americanas, inglesas e canadianas
enfrentaram a chamada “muralha do Atlântico”, num dia que ficou assinalado na
História como o Dia D, embora os
franceses gostem de lhe chamar o Jour-J,
como se vê na capa da edição de hoje do jornal La Dépêche du Midi.
O desembarque da
Normandia foi a maior invasão marítima da história do mundo, teve a
participação de quase cinco mil veículos de desembarque e de assalto, que foram
escoltados por 289 navios e apoiados por 277 draga-minas que, nesse dia,
desembarcaram 156 mil homens que atravessaram o canal da Mancha. No primeiro
dia da Operação Overlord, nenhum dos
objectivos aliados foi atingido e houve cerca de dez mil baixas, incluindo 4.414
mortos confirmados, enquanto do lado alemão houve cerca de mil baixas.
Esta data
costumava ser um dia de homenagem a todos os 156 mil homens que desembarcaram
naquele dia 6 de junho, honrando os vivos e os mortos, numa evocação histórica
de reconciliação, de repúdio da guerra e de apelo à paz. Porém, o presidente Emmanuel
Macron, com o apoio de Joe Biden, Olaf Scholz e Rishi Sunak, transformou esta
efeméride num estranho e imprudente passo relativamente à guerra da Ucrânia, ao
comparar as situações da França de 1944 e da Ucrânia de 2024. Naturalmente que
o anfitrião convida quem quiser para as suas festas e, por isso, o presidente
ucraniano Volodymyr Zelensky lá esteve, sem que ele ou a Ucrânia tenham alguma
coisa a ver com o Dia D, o que apenas
contribui para a escalada da guerra e para afastar a paz que o próprio Macron
antes tanto procurou.
Não sei o que faz correr o pequeno Macron, de quem os franceses já pouco gostam e que tanto quer, a exemplo de Napoleão, levar os seus soldados para as fronteiras orientais da Europa.
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