segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

A violência e a guerra de regresso à Síria

Na passada sexta-feira, dia 29 de Novembro, um numeroso grupo de oposicionistas sírios, congregados em torno da facção Hay’et Tahrir al-Sham (antiga Frente al-Nusra), lançou uma operação-relâmpago contra a cidade de Aleppo, que era controlada pelo Exército Árabe Sírio, isto é, pelas forças militares comandadas pelo presidente Bashar al-Assad. 
De acordo com as notícias divulgadas, os rebeldes sírios tomaram o controlo de Aleppo, sendo a primeira vez, desde 2016, que a cidade é palco de uma batalha de grandes proporções. Este inesperado ataque é o mais intenso que acontece no noroeste da Síria desde 2020, o ano em que a Rússia e a Turquia chegaram a um acordo para acalmar o conflito, depois que as forças governamentais sírias tomaram áreas anteriormente controladas por combatentes de diversos grupos oposicionistas. Entretanto a Rússia já informou que a sua força aérea foi em socorro do exército sírio e é natural que o Irão também avance para apoiar as forças sírias agora derrotadas em Aleppo. 
O jornal francês L’Humanité anuncia hoje que a queda de Aleppo é o regresso da guerra e que os jihadistas tiveram o apoio activo da Turquia. 
Pensava-se que a guerra na Síria, iniciada em 2011, já tinha acabado, sobretudo devido ao enorme apoio da Rússia e do Irão ao regime de Bashar al-Assad, mas esta ofensiva do grupo Hay’et Tahrir al-Sham, que é considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos, Rússia, Turquia e alguns outros estados, veio mostrar como o mundo se agita cada vez mais no Médio Oriente, mas também noutras regiões. 
O reaparecimento do conflito sírio só vem complicar o já preocupante panorama internacional.

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