sexta-feira, 29 de novembro de 2024

O novo presidente do Conselho Europeu

António Costa iniciou hoje o seu mandato como presidente do Conselho Europeu, sucedendo ao belga Charles Michel, o que constitui um acontecimento relevante para a auto-estima dos portugueses. Já havia António Guterres a dirigir as Nações Unidas e agora há um outro português a dirigir politicamente a União Europeia, o que mostra como as elites nacionais estão preparadas para exercerem altos cargos internacionais.
António Costa tem actualmente 63 anos de idade e foi o Primeiro-Ministro de Portugal desde 2015 a 2024, tendo pedido a demissão do seu cargo na sequência de qualquer coisa ainda não esclarecida, mas que tem todo o ar de “emboscada” preparada por adversários políticos.
O desafio que António Costa vai enfrentar é complexo e terá que ter a inteligência, a sabedoria e a serenidade para se relacionar com os 27 estados-membros, ou as 27 pátrias europeias, ou ainda, as 27 vaidades nacionais, onde cohabitam línguas e culturas muito diversas, estados-gigantes e estados-pigmeus, esquerdas e direitas, nórdicos e latinos, eslavos e saxónicos. Nesse relacionamento, assumem grande importância a guerra da Ucrânia e as relações com a América de Trump e com a Rússia de Putin, mas também a coesão e a solidariedade internas, a problemática das minorias étnicas, as alterações climáticas, entre muitas outras questões que vão determinar o futuro próximo da Europa.
No seu trabalho, António Costa corre o risco de colidir com a Comissão Europeia e com a sua presidente Ursula von der Leyen que, no seu anterior mandato, interveio muitas vezes como se presidisse também ao Conselho Europeu, designadamente com o apoio que tem dado à crueldade do regime israelita. Além disso, esperam-se grandes mudanças na Europa e no mundo pelo que, usando uma figura meteorológica, podemos dizer que António Costa vai estar no “olho do furacão”.
Hoje, o jornal Público publicou uma extensa entrevista com o novo Presidente do Conselho Europeu, a quem certamente todos os portugueses desejam uma feliz comissão e um contributo positivo para a paz e para o progresso da União Europeia.

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