sexta-feira, 16 de maio de 2025

Europe’s free speech problem

A mais recente edição da prestigiada revista The Economist apresenta uma ilustração na capa, com um rosto humano cuja boca é um fecho éclair, destacando um artigo assinado por Jacob Mchangama, que intitulou “Europe’s free speech problem”.
O interessante artigo parte de declarações feitas por J.D. Vance, o vice-presidente dos Estados Unidos, que há algumas semanas acusou a Europa de não proteger a liberdade de expressão.
Todos os países europeus garantem o direito à liberdade de expressão, mas em quase todos se procura limitar esse direito, ao proibirem-se discursos como a pornografia infantil, as fugas de informação de segredos de estado ou o incitamento deliberado à violência física.
Porém, o problema é mais abrangente e o facto é que, segundo o artigo referido, “os europeus estão a tornar-se menos livres para dizer o que pensam” e até as opiniões recolhidas regularmente pelo Eurobarómetro são cirurgicamente postas de lado. Cada vez mais, os europeus estão a ser cilindrados pelas burocracias de Bruxelas, pela imposição de uma unicidade de pensamento e pelos discursos irresponsáveis dos seus dirigentes que se têm envolvido num belicismo que as populações não lhes encomendaram (no caso da Ucrânia) e num vergonhoso silêncio (no caso de Gaza). A Europa tem vozes a mais, protagonistas a mais e vaidades a mais. Os dirigentes europeus adoram encontrar-se em cimeiras vazias de conteúdo, “vivem em hotéis de 5 estrelas” e estão a envergonhar a própria história da Europa. No panorama internacional contam cada vez menos, como se está a ver no caso da Ucrânia, em que ninguém com peso os quer ver à mesa das negociações.
Sim, é verdade o que diz The Economist, há mesmo um problema de liberdade de expressão na Europa.

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