A mais recente
edição da prestigiada revista The Economist apresenta uma
ilustração na capa, com um rosto humano cuja boca é um fecho éclair, destacando um artigo assinado
por Jacob Mchangama, que intitulou “Europe’s free speech problem”.
O interessante
artigo parte de declarações feitas por J.D. Vance, o vice-presidente dos
Estados Unidos, que há algumas semanas acusou a Europa de não proteger a
liberdade de expressão.
Todos os países
europeus garantem o direito à liberdade de expressão, mas em quase todos se
procura limitar esse direito, ao proibirem-se discursos como a pornografia
infantil, as fugas de informação de segredos de estado ou o incitamento
deliberado à violência física.
Porém, o problema
é mais abrangente e o facto é que, segundo o artigo referido, “os europeus
estão a tornar-se menos livres para dizer o que pensam” e até as opiniões recolhidas
regularmente pelo Eurobarómetro são cirurgicamente
postas de lado. Cada vez mais, os europeus estão a ser cilindrados pelas
burocracias de Bruxelas, pela imposição de uma unicidade de pensamento e pelos
discursos irresponsáveis dos seus dirigentes que se têm envolvido num belicismo
que as populações não lhes encomendaram (no caso da Ucrânia) e num vergonhoso
silêncio (no caso de Gaza). A Europa tem vozes a mais, protagonistas a mais e vaidades a mais. Os dirigentes europeus adoram encontrar-se em cimeiras
vazias de conteúdo, “vivem em hotéis de 5 estrelas” e estão a envergonhar a
própria história da Europa. No panorama internacional contam cada vez menos, como
se está a ver no caso da Ucrânia, em que ninguém com peso os quer ver à mesa das
negociações.
Sim, é verdade o que
diz The
Economist, há mesmo um problema de liberdade de expressão na Europa.
Sem comentários:
Enviar um comentário