A edição do jornal económico francês La Tribune de 3 de Outubro, revela o elevado grau de inquietação que se abateu sobre a União Europeia e os seus líderes – eles têm trinta dias para salvar a Europa. Aparentemente, todos esperam pela cimeira do G – 20, a realizar em Cannes nos próximos dias 3 e 4 de Novembro, para encontrar uma saída para o problema grego, que já ultrapassou a escala europeia e atingiu uma dimensão mundial.
A Grécia encontra-se entre a ameaça da bancarrota e um descontentamento social sem precedentes, ao mesmo tempo que anuncia que não poderá cumprir os objectivos acordados com os financiadores internacionais para 2011 e 2012. As medidas de austeridade continuam a ser anunciadas e as autoridades gregas disseram que só tinham dinheiro até Novembro, esperando receber 8 mil milhões de euros ainda este mês, correspondentes à sexta parte do plano de ajuda acordado em 2010. A Europa hesita no apoio à Grécia, enquanto os trabalhadores gregos resistem, fazem greve geral e bloqueiam os serviços públicos. A situação grega mostra que não há soluções isoladas para nenhum país da União Europeia e, por isso, a saída desta situação complica-se. Fala-se em risco de implosão.
Entretanto, a chanceler Ângela Merkel diz que a Grécia não sairá do euro e elogiou Portugal como o exemplo do que a Itália deve fazer, depois da Moody's ter baixado o seu rating em três níveis, pela primeira vez em quase duas décadas.
Em Espanha, a situação continua difícil e o desemprego está ao pior nível dos últimos 15 anos, enquanto o grupo franco-belga Dexia já é considerado a primeira vítima da crise de dívida soberana na Europa, devido aos empréstimos feitos à Grécia, embora os franceses e os belgas afirmem que não o deixarão cair.
A crise grega mostra de facto que a Europa está inquieta, confusa e sem rumo.
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