Celebraram-se ontem 101 anos sobre a implantação da República em Portugal. Nos discursos pronunciados na Praça do Município foram deixados alguns diagnósticos, muitos alertas quanto ao nosso futuro e algumas alusões relativas à cultura republicana.
Disse o Presidente da República:
“A cultura republicana implica uma reforma profunda do exercício de funções públicas. Precisamente porque se pedem mais sacrifícios, o exemplo dos agentes políticos tem de ser mais autêntico”.
A ideia de cultura republicana contrapôs-se à pretensa natureza dissoluta, corrupta e injusta da Monarquia e, desde então, constitui o referencial de ética, competência, transparência, disponibilidade e devoção ao serviço público. A cultura republicana exige que cada funcionário sirva a República e não se sirva da República para promover os seus fins pessoais ou os de um determinado grupo. A cultura republicana exige que os agentes políticos e os servidores do Estado cumpram a lei e sejam exemplos de boa conduta para os cidadãos.
Porém, alguns dos importantes convidados que assistiram à cerimónia ainda não devem saber o que é a cultura republicana.
Entretanto, ali ao lado, situa-se o antigo Arsenal da Marinha, a casa-mãe de alguns dos homens que, na Rotunda e no Tejo, tudo arriscaram no dia 5 de Outubro de 1910 para que a República fosse implantada. Nenhum desses exemplos de devoção à causa e à cultura republicana ali foi lembrado.
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