Carlos César, o presidente do Governo Regional dos Açores, completa 16 anos de governação em Outubro de 2012 e anunciou a sua decisão de não se recandidatar a um quinto mandato, em nome da ética dos cargos públicos e da ética republicana.
Carlos César tomou posse pela primeira vez no dia 9 de Novembro de 1996, na sequência da vitória que o PS obtivera com 46 por cento dos votos nas eleições regionais realizadas um mês antes. Até então, também durante 16 anos, o arquipélago tinha sido governado pelo PSD liderado por Mota Amaral.
Pode concordar-se ou discordar-se da política de Carlos César, mas a sua atitude é exemplar e revela o enorme contraste entre a prática democrática açoriana e a bandalheira governativa madeirense, sobre a qual tanto se tem dito.
Enquanto nos Açores se cultiva a ética, se abre espaço para uma nova geração e se potencia a alternância democrática, na Madeira assistimos ao vale tudo e a uma doentia obcessão pelo poder, à demagogia e ao populismo, à arrogância, à insensatez e ao despudor de uma linguagem agressiva.
Face às circunstâncias da conjuntura, os madeirenses terão que resolver o seu problema rapidamente, mas os açorianos vão ter tempo para, serenamente, escolher o sucessor de Carlos César.
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