Jean-Claude Juncker, o decano dos líderes europeus que há 16 anos está à frente do Luxemburgo e que há seis preside ao Eurogrupo, visitou Lisboa e afirmou:
"A casa europeia está a arder".
De facto, por razões endógenas ou por contágio, a crise financeira europeia vai alastrando e a ameaça à moeda única é cada vez mais evidente e mais séria.
Nesse mesmo dia, o diário francês Le Monde provocava muito pânico ao titular na sua primeira página:
“Depois da Grécia e da Itália, será a vez da França”?
Embora a França venha procurando projectar-se internacionalmente em diferentes domínios e se mantenha ligada à Alemanha através do directório Merkel-Sarkozy, o facto é que nas actuais circunstâncias está com muitas dificuldades financeiras. O seu grau de exposição às dívidas grega e italiana é muito elevado e preocupante, enquanto a sua dívida pública se aproxima dos 100% do PIB e o défice público está acima de 7%, o que tem levado a Comissão Europeia a sugerir medidas de austeridade suplementares para corrigir esse défice excessivo.
“Depois da Grécia e da Itália, será a vez da França”?
Na realidade, a casa europeia está a arder e, como tem sido dito, mais cedo ou mais tarde, o fogo chegará à porta de todos - incluindo da Alemanha.
Neste quadro de “incêndio” generalizado, é curioso verificar que, este ano, se espera que o défice português venha a ser inferior ao de oito dos 17 países do Eurogrupo, entre os quais os défices orçamentais espanhóis, franceses, irlandeses e gregos. Afinal estamos todos no mesmo barco e a tempestade a todos afecta, independentemente de quem é o timoneiro.
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