Os partidos
políticos independentistas da Catalunha chegaram a um acordo para realizar um
referendo sobre a independência desta região do nordeste da Espanha no dia 9 de
Novembro de 2014, segundo anunciou Artur Mas, o chefe do governo catalão, que
também indicou as perguntas a dirigir ao eleitorado:
- Querem
que a Catalunha se transforme num Estado?
- E em
caso afirmativo, querem que seja independente?
A notícia foi
destacada por toda a imprensa espanhola, que também destacou a solene
declaração de Mariano Rajoy a rejeitar a autorização para a realização ou para
qualquer negociação relativa a esse referendo, porque é contrário à unidade indissolúvel da nação espanhola e, portanto, é inconstitucional.
O problema é muito sério pois reflecte uma legítima aspiração histórica da
Catalunha, mas também porque esconde a grave situação económica catalã que está
sob um programa de ajustamento financiado pelo governo central e, sobretudo,
porque é um processo que pode conduzir à fragmentação da Espanha. Actualmente
os partidos que apoiam a realização do referendo – CiU, ERC, ICV e CUP –
dispõem de uma maioria de 88 deputados dos 135 que fazem parte do Parlamento
catalão (65%), embora as últimas sondagens apontem para um apoio de apenas 47%
do eleitorado à independência catalã.
O referendo não é
vinculativo, mas está a fazer aumentar a tensão entre Madrid e Barcelona ou
entre Mariano Rajoy e Artur Mas. Curiosamente, caso o referendo catalão se
realize, acontecerá menos de dois meses depois do referendo sobre a
independência da Escócia que acontecerá no dia 18 de Setembro de 2014, o que
pode influenciar os resultados na Catalunha.
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