Iniciou-se ontem na
República da Índia o processo eleitoral que conduzirá à escolha dos 543
deputados que integrarão o Lok Sabha, a câmara baixa do parlamento, mas também
a escolha do novo primeiro-ministro do segundo país mais populoso do mundo e o
sétimo em área geográfica.
As eleições
legislativas indianas mobilizam cerca de 814 milhões de eleitores que exercerão
o seu direito de voto em 930 mil zonas eleitorais através do voto electrónico,
controlado em todo o território pela Comissão Eleitoral da Índia, sendo um
verdadeiro desafio logístico devido à extensão e à diversidade do território
nacional, com regiões montanhosas, desertos e florestas. Por isso, o processo
eleitoral é muito lento e decorrerá durante 6 semanas, sendo utilizadas 1,4
milhões de urnas electrónicas que serão transportadas para as regiões mais
remotas do território por terra, mar e ar, havendo 11 milhões de pessoas envolvidas
nessa operações.
As eleições são,
principalmente, uma disputa entre Narendra Modi, do partido nacionalista Bharatiya
Janata Party (BJP), e Rahul Gandhi, do Partido do Congresso (INC). A campanha eleitoral
tem sido muito dinâmica e os temas dominantes têm sido a corrupção, o desemprego, o
aumento da inflação, a desaceleração da actividade económica e a segurança das
mulheres. No entanto, o tema mais distintivo entre os dois partidos é a segurança
nacional e a tensão fronteiriça relativamente aos seus vizinhos/rivais, nomeadamente
o Paquistão e a China que, no caso de vitória do BJP, tenderá a reacender-se naquela
que é considerada “the most dangerous border of the world”.
Como nota de
curiosidade, regista-se o hábito de muitos jornais indianos “venderem” as suas
primeiras páginas como publicidade paga e com apelos directos ao voto, como acontece hoje na edição do Hindustan
Times.
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