Amanhã
realizam-se as eleições de meio de mandato ou eleições intercalares nos Estados
Unidos e o mundo observa com atenção o que vai acontecer, como nos mostra a
imprensa internacional, nomeadamente o diário francês Le Parisien.
As eleições intercalares
realizam-se dois anos depois de cada eleição presidencial, com o objectivo de renovar
as duas câmaras do Congresso, elegendo os 435 novos membros da Câmara dos
Representantes (100%) e um terço dos cem membros do Senado (33%), mas também 36
novos governadores estaduais. Acontece que no sistema americano, qualquer
legislação tem que ser aprovada tanto pela Câmara dos Representantes como pelo
Senado, sendo depois promulgada pelo presidente, o que significa que quando o
partido da oposição domina uma das câmaras, pode bloquear qualquer legislação e
a acção governativa.
Actualmente, o
Partido Democrata (de Joe Biden) tem a maioria em ambas as Câmaras do
Congresso, mas as sondagens apontam para que seja eleita uma maioria do Partido
Republicano (de Donald Trump) para a Câmara dos Representantes e,
eventualmente, para conseguirem a maioria no Senado, sobretudo porque os
eleitores andam descontentes com a ameaça de recessão económica, com a inflação
e com os efeitos da guerra na Ucrânia.
Donald Trump e os
seus seguidores emergiram e mais de metade dos candidatos republicanos são
negacionistas eleitorais, continuando a defender que as eleições presidenciais
de 2020 foram ganhas por Trump e não por Biden, pelo que os Estados
Unidos podem estar em vésperas de muita instabilidade ou mesmo de
ingovernabilidade. Nestas condições, a administração de Joe Biden parece que
vai enfrentar grandes dificuldades não só na política interna – inflação,
economia, aborto, crime e violência armada, ameaça à democracia – mas, sobretudo, no seu apoio à Ucrânia ou na sua disputa com a China.
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