Está
a decorrer na cidade de Panjim, a capital do estado indiano de Goa, o 56th All Goa State Level Mando Festival,
no qual participam 29 grupos e que, durante dois
dias, desperta um enorme interesse dos goeses, sobretudo daqueles que ainda
estão ligados à cultura portuguesa. O suplemento Café do jornal O Heraldo destacou na sua edição de
ontem "o jovem e entusiástico" talento musical que este festival promove.
Goa é uma terra
de música e de músicos, onde se fundem harmonicamente as tradições musicais da
Índia e do ocidente. O mandó é uma forma musical
que nasceu e se desenvolveu em Goa durante o século XIX, quando o território
fazia parte do Estado Português da Índia, tendo incorporado elementos
musicais indianos e ocidentais. É cantado em concanim, a língua nacional de
Goa, embora inclua muitas palavras de origem portuguesa. É uma expressão da música tradicional goesa e é muito popular
entre a comunidade católica de todo o território, em especial na província de Salcete, no sul de Goa, sobretudo em Curtorim, Majorda, Raia e
Margão, sendo cantado por pequenos grupos em ocasiões festivas e nas festas de
casamento.
O mandó é,
sobretudo, uma canção de amor, de afectos e de saudade, embora também inclua o
lamento, a crítica social e o anúncio de acontecimentos. Associado à música,
o mandó desenvolveu-se também como uma dança de salão de elevado requinte
estético.
Apesar
de haver muitos estudos sobre a música tradicional goesa e sobre o mandó, que
procuram compreender a sua origem e as suas formas, não há unanimidade sobre
esta matéria, embora todos reconheçam uma forte influência ocidental e,
sobretudo, portuguesa.
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