Vasco da Gama é a
personalidade que, nos nove séculos do percurso histórico português, teve
maior reconhecimento no mundo por ter sido o comandante da expedição marítima
que em 1498 chegou à Índia e iniciou o encontro de dois mundos e duas culturas
– europeia e asiática – cuja mútua existência ainda era mal conhecida. Essa
viagem marítima mudou o mundo e deu origem ao fenómeno da globalização. O poeta
Fernando Pessoa veio a escrever que essa viagem fez com “que o mar unisse, já
não separasse” e o reputado historiador inglês Arnold Toynbee escreveu que, com
essa viagem, se iniciou a era gâmica ou a era de Vasco da Gama.
Vasco da Gama
nasceu em Sines cerca de 1469 e o rei D. Manuel recompensou-o, fazendo-o conde
da Vidigueira e Almirante-Mor dos Mares da Arábia, Pérsia, Índia e todos os
Orientes, mas a sua carreira também ficou marcada por comportamentos agressivos
que hoje se diriam violadores dos direitos humanos.
À sua primeira
viagem (1497-1499), sucedeu uma segunda expedição (1502-1503) e uma terceira viagem
em 1524. Foi nesta terceira viagem que morreu na cidade de Cochim na véspera do
Natal de 1524, provavelmente vítima de paludismo, tendo sido sepultado na
igreja de S. Francisco. Em 1539 os seus restos mortais foram transladados para
Portugal, mas a lápide tumular original ainda se conserva naquela igreja.
A evocação do 5º
centenário da morte de Vasco da Gama tem sido ignorada pelas nossas autoridades
culturais e políticas, o que é lamentável. Porém, devem ser elogiadas as
iniciativas editoriais da revista Visão, mas também da revista Sábado, que assim prestaram um bom
serviço à nossa memória histórica e às nossas heranças culturais.
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