sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

5º centenário da morte de Vasco da Gama

Vasco da Gama é a personalidade que, nos nove séculos do percurso histórico português, teve maior reconhecimento no mundo por ter sido o comandante da expedição marítima que em 1498 chegou à Índia e iniciou o encontro de dois mundos e duas culturas – europeia e asiática – cuja mútua existência ainda era mal conhecida. Essa viagem marítima mudou o mundo e deu origem ao fenómeno da globalização. O poeta Fernando Pessoa veio a escrever que essa viagem fez com “que o mar unisse, já não separasse” e o reputado historiador inglês Arnold Toynbee escreveu que, com essa viagem, se iniciou a era gâmica ou a era de Vasco da Gama.
Vasco da Gama nasceu em Sines cerca de 1469 e o rei D. Manuel recompensou-o, fazendo-o conde da Vidigueira e Almirante-Mor dos Mares da Arábia, Pérsia, Índia e todos os Orientes, mas a sua carreira também ficou marcada por comportamentos agressivos que hoje se diriam violadores dos direitos humanos.
À sua primeira viagem (1497-1499), sucedeu uma segunda expedição (1502-1503) e uma terceira viagem em 1524. Foi nesta terceira viagem que morreu na cidade de Cochim na véspera do Natal de 1524, provavelmente vítima de paludismo, tendo sido sepultado na igreja de S. Francisco. Em 1539 os seus restos mortais foram transladados para Portugal, mas a lápide tumular original ainda se conserva naquela igreja.
A evocação do 5º centenário da morte de Vasco da Gama tem sido ignorada pelas nossas autoridades culturais e políticas, o que é lamentável. Porém, devem ser elogiadas as iniciativas editoriais da revista Visão, mas também da revista Sábado, que assim prestaram um bom serviço à nossa memória histórica e às nossas heranças culturais.

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