A imprensa
mundial noticia hoje a queda da cidade de Damasco e a fuga de Bashar al-Assad
para a Rússia. Aparentemente, em doze dias apenas, os “rebeldes” do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) de Abu Mohammad al-Jolani derrubaram o regime autoritário dos
Assad e terminaram a guerra civil que se travava desde 2011. Nessa longa
guerra participaram o Irão e a Rússia em apoio do regime sírio e, do lado das
várias forças da oposição, os Estados Unidos, a Arábia Saudita, a Turquia e os
Emirados Árabes Unidos, estimando-se que tenha havido mais de 14 milhões de
refugiados e mais de 600 mil mortos.
O fim do regime
de Bashar el-Assad foi anunciado com regozijo nas capitais europeias onde os
seus líderes manifestaram satisfação pelo fim do ditador, mas sem comentarem se
também foi o fim da ditadura.
Porém, há quem tema que o radicalismo do novo poder seja pior que o secularismo do regime de Bashar al-Assad. Há, também, quem se admire com a ausência de resistência das forças armadas sírias que se
desintegraram e com a apatia dos aliados de Bashar el-Assad. A rapidez com que
os “rebeldes” tomaram o poder em Damasco, a indiferença das forças russas e
iranianas que estão no terreno e as instruções aparentemente deixadas por Bashar
el-Assad para que se fizesse uma transição pacífica do poder, parecem revelar
que esta operação-relâmpago teve contornos de concertação que ainda estão por
esclarecer.
O jornal francês Libération
escreve que a Síria caminha para o desconhecido e a imprensa chinesa alerta
para que a mudança na Síria pode perturbar o Médio Oriente. O facto é que a
queda dos ditadores naquela região do mundo não contribuiram para a paz, nem
para a democracia, enquanto se tem visto muita inabilidade ocidental nesta região, onde Israel e o regime de Netanyahu fazem o que lhes apetece.
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