Na Ucrânia que é
o maior país da Europa, uma vez que a Rússia e a Turquia apenas têm uma parte
do seu território no continente europeu, o confronto parece inevitável a não
ser que a diplomacia consiga ultrapassar as enormes dificuldades que se
confrontam no terreno, entre dois modelos, duas culturas e duas concepções de
vida distintas.
Depois do acordo
de 21 de Fevereiro assinado entre o governo de Viktor Ianukovich e a oposição, sob
a mediação de vários países europeus, a situação política continuou a
deteriorar-se e a oposição acabou por tomar o poder em Kiev, enquanto o
Presidente se exilou. A península da Crimeia e as regiões orientais do país, de
população maioritariamente russófona, reagiram e a instabilidade aumentou. A
Rússia propôs a criação de uma federação de estados para resolver este
imbróglio, mas o governo provisório ucraniano, que tem o apoio americano, rejeitou.
Tal como acontecera na Crimeia, as movimentações separatistas pró-russas nas regiões do leste do país acentuaram-se e, apoiadas pela
população, as milícias começaram a ocupar quartéis da polícia, câmaras
municipais e edifícios públicos. O governo provisório ucraniano reagiu e decidiu-se por uma operação
que classificou como antiterrorista, para “resistir à agressão russa” e para evitar
a “repetição do cenário da Crimeia”. Em várias cidades já se registaram confrontos violentos, nomeadamente nas grandes metrópoles de Donetsk e Kharkov e, como destaca The Independent, já há sangue derramado na batalha pela Ucrânia. Entretanto, foi estabelecido um prazo para que os
rebeldes pró-russos depusessem as armas e desistissem da sua luta, mas esse
ultimato foi ignorado. Os rebeldes têm apelado à intervenção da Rússia para proteger a população russófona e para garantir a realização de um referendo de auto-determinação idêntico ao que se realizou na Crimeia, enquanto as autoridades russas parecem ter mobilizado as suas tropas para a fronteira e responsabilizam o Ocidente pelo cenário de pré-guerra civil.
A hipótese da guerra civil parece ser cada vez mais provável, porque as autoridades de Kiev não querem perder qualquer parcela do seu território, enquanto as autoridades russas não abdicam de intervir no país vizinho para proteger a população russófona ucraniana. É, portanto, a altura da diplomacia actuar rapidamente para evitar situações como a que se verificou na ex-Jugoslávia ou está a acontecer na Síria.
A hipótese da guerra civil parece ser cada vez mais provável, porque as autoridades de Kiev não querem perder qualquer parcela do seu território, enquanto as autoridades russas não abdicam de intervir no país vizinho para proteger a população russófona ucraniana. É, portanto, a altura da diplomacia actuar rapidamente para evitar situações como a que se verificou na ex-Jugoslávia ou está a acontecer na Síria.
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