A guerra que ocorre na Líbia desde há alguns meses, tem sido um mau exemplo de unidade dos europeus, tal como já tinha acontecido há vinte anos com a guerra na antiga Jugoslávia, porque alguns países decidiram actuar sem um prévio consenso e à margem dos seus parceiros comunitários.
Então, alguns deles, intervieram na lógica do seu próprio interesse nacional, apoiando e armando os independentistas croatas, ou os separatistas da Krajina ou, ainda, as facções muçulmanas da Bósnia e do Kosovo. Cada qual fez o que quis.
Agora, na sequência da Resolução 1973 (2011) de 17 de Março do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que criou uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia e que autorizou todas as medidas necessárias para proteger os civis sob a ameaça dos ataques governamentais, volta a aparecer um cenário de divisionismo e egoísmo europeus que nos recorda a guerra na ex-Jugoslávia. À sombra da NATO, cada qual está a fazer o que quer.
Indiferente às abstenções do Brasil, China, Alemanha, Índia e Federação Russa àquela Resolução, a França tornou-se o pequeno falcão europeu com os seus bombardeamentos aéreos e o fornecimento de armamento aos rebeldes líbios, em que se incluem munições, metralhadoras, lança-rockets e mísseis anti-tanque.
Nos Estados Unidos, a Câmara dos Representantes já “chumbou” a participação americana na guerra da Líbia, enquanto as críticas da China e da Rússia aumentam, por considerarem que se está a ir para além da Resolução da ONU. Ângela Merkel apenas pensa nos dinheiros que tem na Grécia. A ajuda francesa aos rebeldes que lutam contra o regime de Kadhafi veio mostrar que Sarkozi abandonou o seu velho amigo (e financiador?) e está a tornar-se o pequeno falcão europeu.
Faz-lhe jeito o petróleo, certamente.