domingo, 12 de junho de 2011

Os excessos de Bruxelas

A União Europeia não tem uma capital, no sentido habitual do termo. No entanto, uma vez que a generalidade dos seus órgãos, nomeadamente a Comissão Europeia e as respectivas direcções-gerais, assim como a maioria das agências comunitárias, estão localizadas em Bruxelas, a cidade tem um estatuto de quase capital da União Europeia.
Bruxelas é uma cidade onde se concentram mais de cem mil eurocratas, provenientes de 27 países, com bons salários, privilégios e mordomias. Só na Comissão Europeia trabalham cerca de 38 000 pessoas, mas há o Parlamento Europeu, o Comité Económico e Social, o Comité das Regiões, o Banco Europeu de Investimento, os Tribunais e os serviços de tradução necessários para as 23 línguas oficiais que têm um quadro permanente de cerca de 1750 linguistas e 600 membros de pessoal de apoio. É muita gente. Muito dinheiro. Muito almoço. Muito cocktail. Muita viagem.
São os excessos de Bruxelas. Os contribuintes europeus pagam isto tudo.
Depois, são as muitas centenas de homens e mulheres que diariamente viajam para Bruxelas em classe executiva, para reuniões, seminários e conferências ou, mais simplesmente, para se verem e serem vistos. São frequent flyers. Instalam-se em bons hotéis. Reconhecem-se à distância pelo estilo e pela vaidade. Vestem bem. Passeiam na Grand Place e nos corredores do poder. Depois regressam com mais currículo e, naturalmente, com chocolates na bagagem.
São os excessos de Bruxelas. Os contribuintes nacionais pagam isto tudo.
Recentemente, o «Daily Telegraph» divulgou um estudo a revelar alguns outros excessos de Bruxelas, como o esbanjamento de milhões em festas, férias em destinos exóticos, viagens em jactos privados e hotéis de luxo. Alguém se admira?

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