Pedro Passos Coelho deslocou-se hoje a Bruxelas, pela primeira vez como primeiro-ministro, para participar no Conselho Europeu, tendo dado instruções para a mudança do seu bilhete da classe executiva para a classe económica. O primeiro-ministro viajou acompanhado pelo chefe de gabinete, pelo assessor de imprensa e por dois elementos do Ministério dos Negócios Estrangeiros e, segundo números divulgados, com esta alteração o governo poupou 2265 euros.
Esta atitude de Passos Coelho é um exemplo para os inúmeros agentes do Estado que viajam e enchem as salas VIP dos aeroportos, de que é preciso ter muita contenção, sobretudo no período difícil que atravessamos. Alguns dirão que é demagogia de início de mandato e que o valor poupado é uma insignificância, mas é com estes exemplos e com estas atitudes simbólicas que se cria respeitabilidade e se consegue a adesão das pessoas para projectos que temos pela frente. Certamente que, nos próximos tempos, muitos agentes do Estado hesitarão em viajar em classe executiva, pois podem cruzar-se com o primeiro-ministro a viajar em económica. Da mesma forma, a requisição dos Falcon, que chegou a ser uma prática comum por mera vaidade pessoal, também vai seguramente reduzir-se.
Eu aplaudo esta bofetada de luva branca que Passos Coelho deu aos deputados, aos diplomatas, aos funcionários governamentais e a tanta outra gente que viaja à custa do erário público. E deixo aqui expresso que, nas últimas eleições, não votei na lista do partido de Passos Coelho, que em Lisboa era encabeçada por Fernando Nobre.
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