Confrontada com a
votação britânica que decidiu pelo abandono da União Europeia, a
primeira-ministra escocesa Nicola Sturgeon voou para Bruxelas para conversar
com a Comissão Europeia, na linha da sua declaração de que
“a Escócia vê o seu futuro como parte da União Europeia”. Esse encontro com a
Comissão Europeia poderia ter sido reconfortante para a Escócia e para a União
Europeia, ambas feridas no seu orgulho pelo resultado do referendo britânico,
até porque os ânimos começam agora a serenar e as emoções estão mais contidas.
Porém,
os espanhóis e os franceses trataram de se opor às pretensões escocesas
para ser aceite na União Europeia, como hoje destaca a imprensa espanhola e, de forma especial, o jornal El
Periódico de Barcelona. A União Europeia só aceitará a Escócia se antes houver um efectivo divórcio entre a Escócia e a Inglaterra, cujo casamento criou o Reino Unido em 1707. Significa que foram travados quaisquer
precedentes que amanhã se pudessem colocar em relação à independência da
Catalunha ou da Córsega ou de qualquer outra região desses países.
Assim,
a saída para esta situação criada pela imbecilidade de David Cameron terá que ser encontrada dentro do Reino Unido, através dos
mecanismos existentes, de entre os quais se destaca a eventual realização de um
referendo semelhante ao que se realizou no dia 18 de Setembro de 2014, em que
44,7% dos escoceses votaram pela independência e 55,3% votaram pela permanência
no Reino Unido. Os tempos e as circunstâncias mudaram, mas o facto é que a
Escócia e Nicola Sturgeon têm um longo caminho pela frente.