quinta-feira, 16 de junho de 2016

O BREXIT é a caixa de Pandora europeia?

 
Falta apenas uma semana para que os britânicos decidam em referendo sobre a sua permanência na União Europeia e o nervosismo está a tomar conta de muita gente, não só no Reino Unido, mas um pouco por todo o mundo. Poderá ser o princípio do fim do sonho europeu, mas é certamente um grande sobressalto e o princípio de uma nova vida para a Europa.
A decisão de realizar este referendo é um desafio para a burocracia instalada em Bruxelas e é uma crítica muito dura à forma, por vezes irresponsável, como a União Europeia tem sido governada. Nas últimas semanas têm-se discutido os prós e os contras da saída ou da permanência britânica. Hoje mesmo essa discussão ficou marcada pela tragédia, com o brutal assassinato de Jo Cox, a deputada trabalhista “que lutava por um mundo melhor” e que entendia que a permanência do Reino Unido na Europa era um contributo para a paz e para o progresso.
A situação é muito complexa. A incerteza é grande. A eventual saída do Reino Unido da União Europeia pode impulsionar outros movimentos separatistas e aumentar o cepticismo relativamente à integração e à coesão europeias, sobretudo nos países em que os partidos eurocépticos  são importantes, alguns dos quais já exigiram a realização de referendos semelhantes, como são os casos da Dinamarca, da França, da Holanda e da Suécia. Depois, a Escócia apelará a novo referendo para se desligar do Reino Unido, talvez a Catalunha declare unilateralmente a sua independência, pode acontecer a dissolução do Estado Belga e a constituição da Valónia e da Flandres. Depois, outros fantasmas acordarão nesta "Europa das pátrias". A caixa de Pandora pode abrir-se na próxima quinta-feira e, embora não liberte todos os males do mundo, pode tornar irreversível a desagregação da Europa Unida com que sonharam Konrad Adenauer, Jean Monnet, Robert Schuman e Paul-Henri Spaak, entre tantos outros.

Sem comentários:

Enviar um comentário