Um dos objectivos da União Europeia é
a melhoria das condições de vida e de trabalho dos seus cidadãos e a redução das desigualdades
sociais e económicas entre as regiões, daí resultando uma especial atenção ao
desenvolvimento da agricultura e à protecção e preservação do mundo rural. A Política Agrícola
Comum (PAC) é o principal pilar para a concretização desses objectivos,
actuando através de um sistema de subsídios à agricultura destinados a
assegurar o abastecimento regular de bens alimentares e a garantia aos
agricultores de um rendimento em conformidade com os seus desempenhos. A PAC é
responsável por cerca de 43% de um orçamento comunitário de muitos milhões de
euros e durante muitos anos esses subsídios têm corrido generosamente,
sobretudo para os bolsos dos agricultores franceses (22%), espanhóis (15%) e
alemães (14%), cabendo aos agricultores portugueses uma pequena fatia de cerca
de 2%. Porém, com a chegada da crise e da austeridade acordou-se recentemente que
até 2020 as despesas da PAC têm que passar de 43% para 38% do orçamento global.
Acontece que, no quadro da PAC e da preservação do mundo rural, desde 2003 que o burro mirandês está classificado como raça em extinção, o que passou a dar direito a um subsídio de 230 dólares anuais por cada animal. Por isso, o New York Times publicou ontem na sua primeira página uma fotografia de um burro mirandês e escreveu que “em Portugal as bestas de carga vivem de subsídios”. Foi esse o pormenor que interessou o jornal, pois desta vez não tratou do clima, da gastronomia ou do futebol lusitanos, mas foi até às freguesias de Paradela e Ifanes, no concelho de Miranda do Douro, para perceber como são tratadas as zonas rurais, não só no nordeste transmontano, mas também no sul da Europa. Aí o jornalista Raphael Minder verificou que a desertificação demográfica por que passa aquela região é um processo semelhante ao da extinção do burro mirandês, outrora um indispensável instrumento de trabalho, mas que actualmente corre sérios riscos, mesmo com o subsídio comunitário. Como é curioso o facto do burro mirandês ser tão famoso e ter tido tanto destaque (com fotografia) num dos maiores jornais do mundo.
Acontece que, no quadro da PAC e da preservação do mundo rural, desde 2003 que o burro mirandês está classificado como raça em extinção, o que passou a dar direito a um subsídio de 230 dólares anuais por cada animal. Por isso, o New York Times publicou ontem na sua primeira página uma fotografia de um burro mirandês e escreveu que “em Portugal as bestas de carga vivem de subsídios”. Foi esse o pormenor que interessou o jornal, pois desta vez não tratou do clima, da gastronomia ou do futebol lusitanos, mas foi até às freguesias de Paradela e Ifanes, no concelho de Miranda do Douro, para perceber como são tratadas as zonas rurais, não só no nordeste transmontano, mas também no sul da Europa. Aí o jornalista Raphael Minder verificou que a desertificação demográfica por que passa aquela região é um processo semelhante ao da extinção do burro mirandês, outrora um indispensável instrumento de trabalho, mas que actualmente corre sérios riscos, mesmo com o subsídio comunitário. Como é curioso o facto do burro mirandês ser tão famoso e ter tido tanto destaque (com fotografia) num dos maiores jornais do mundo.