Foi uma boa notícia em que se anuncia que no 3º trimestre do ano o
produto cresceu 0,2% e que, em dois trimestres consecutivos, a economia
nacional tivera crescimento e saíra da recessão. Este crescimento do produto junta-se
à diminuição da taxa de desemprego, ao aumento do índice de produção
industrial, à descida das taxas de juro da dívida soberana e à continuação do
crescimento das exportações, para fundamentar esperanças em dias melhores. Foi, portanto, uma notícia animadora mas que não justifica alguns
discursos de euforia que já foram produzidos pelas cassettes do costume. Como referiu uma antiga ministra das
Finanças, tínhamos 40 graus de febre e agora passamos a ter 39.8 graus, ou
seja, não saimos da crise e continuamos doentes. A análise deste
crescimento da economia há-de mostrar que estes resultados se devem ao aumento
das exportações e, em especial, ao bom comportamento do turismo, mas também a
alguma recuperação da procura interna. Por isso, estamos
sob o efeito de uma sazonalidade positiva, mas o que aí vem é muito preocupante.
O investimento continua sem recuperar e a nova onda de
austeridade e de cortes no rendimento disponível das famílias que está anunciada
para o próximo ano, é muito severa. A oposição não foi escutada e até os
deputados do maior partido da maioria que ainda quiseram que fossem aplicadas taxas sobre as PPP e sobre alguns sectores como as telecomunicações
e a grande distribuição para atenuar os efeitos económicos recessivos, não
foram ouvidos. Se houvesse dúvidas quanto à forma como os nossos governantes se
deixam humilhar e obedecem aos diktats
e à cegueira da troika, ficaram
desfeitas nas últimas horas. Por tudo isso, um crescimento de 0,2% do PIB não passa
de uma ilusão. Infelizmente.
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