Na sua edição de
hoje o diário El País destaca em primeira página que Bruxelas exige que a
Espanha proceda a cortes adicionais de 35 mil milhões de euros nos seus
próximos orçamentos, mas o governo responde que não são necessários. Assim,
para 2014 o corte recomendado ou sugerido pela Comissão Europeia oscila entre
mil e cinco mil milhões de euros, enquanto para 2015 e 2016 os cortes
recomendados rondam os 35 mil milhões de euros. Estes cortes visam prevenir o
risco de incumprimento do défice público espanhol que, segundo o
vice-presidente Olli Rehn, foi de 10,6% em 2012, será este ano de 6,8% e
baixará para 5,9% em 2014. Esta preocupação de Bruxelas com o défice público dos
países está relacionada com o desejável equilíbrio entre as autonomias
orçamentais de cada um deles e a estabilidade da moeda única, um problema que
está afectar a Espanha, mas também a Itália, a Finlândia e Malta.
Estas
recomendações (ou ameaças) acontecem porque a Comissão Europeia criou um
mecanismo de controlo prévio dos orçamentos nacionais para analisar as
propostas orçamentais dos vários países antes da sua aprovação pelos
parlamentos nacionais o que, para muitos observadores, é uma revolução e uma
intromissão na vida soberana dos Estados-membros. Porém, o governo espanhol
reagiu a essa ameaça e sustenta que não é necessário nenhuma alteração ao que
está planeado, reafirmando que está comprometido com o objectivo do défice
público, pelo que rejeita as recomendações da Comissão. É a coragem de dizer
"não" aos burocratas de Bruxelas, o que aqui nunca fazemos, como algumas vezes temos visto em
directo pela televisão.
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