Os portugueses sempre
tiveram uma acentuada vocação para sair do país em busca de locais mais ou
menos exóticos para viver ou para trabalhar e, por isso, a diáspora lusitana
encontra-se espalhada um pouco por todo o planeta. É uma característica
marcante da identidade portuguesa e que terá começado no século XVI com a
partida de marinheiros, soldados, mercadores e missionários que atravessaram os
mares desconhecidos em direcção ao Oriente e ao Brasil, em busca de fortuna e
de aventura. Essa marca cultural manteve-se ao longo do tempo, chegou aos
nossos dias e, como ainda recentemente foi revelado numa série de programas da
RTP, hoje há portugueses por todo o mundo, desde a Argentina ao Japão ou de Moçambique
à Islândia. Partem por razões muito diversas e geralmente desenvolvem actividades muito
diversificadas. São gestores, quadros superiores, técnicos especialistas,
professores, trabalhadores indiferenciados ou, simplesmente, aventureiros. Integram-se
muito bem nas sociedades locais e conquistam reputação social. Muitos fixam-se
definitivamente nas terras de acolhimento, mas outros regressam, muitas vezes
mais carregados de saudade do que de fortuna.
Porém, muitos dos
que regressam continuam ligados às terras por onde passaram e viveram e, sempre
que podem, regressam em “romagem de saudade” para rever amigos, revisitar
locais, reviver paisagens e recuperar memórias. Neste sentido, para quem teve o
privilégio de trabalhar em Goa, um regresso é uma prova emocional e uma
peregrinação cultural muito estimulante. É isso que o JML vai agora fazer durante várias semanas.
Que tudo lhe corra bem e que desfrute das estimulantes singularidades culturais
de Goa, das peculiaridades da sua vida social e das suas vistas sobre o mar Arábico.
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