O ano de 2011 foi marcado na Europa pela crise do euro e pela implosão do modelo social europeu e, no mundo, por acontecimentos tão diversos como a tragédia de Fukushima, a primavera árabe, o declínio americano, a turbulência russa e a afirmação de poder chinês.
Ao entrarmos no novo ano de 2012, temos pela frente um quadro de incerteza total, como titula o Diário Económico. As dificuldades são evidentes na generalidade dos países e sobre o mundo paira o fantasma da instabilidade financeira e da recessão económica. Lemos as opiniões e ouvimos os comentários dos analistas, que nos dizem uma coisa e o seu contrário, sempre com um ar convencido de quem tudo sabe e nunca tem dúvidas, mas sempre com um prognóstico muito reservado.
A União Europeia está à deriva, com a Dinamarca a assumir a presidência depois da Polónia, sem que qualquer deles sequer pertença à Zona Euro. Na Alemanha diz-se que 2012 será seguramente mais difícil do que o ano que passou. No Reino Unido é pedida mais acção para combater os excessos da banca e para colocar de pé a economia. Na Itália, na Espanha e na Grécia a dificuldade é grande e a austeridade é severa. O fim da moeda única e a desagregação da Zona Euro podem estar no horizonte.
Por cá, num contexto internacional que não nos é favorável, temos um ano muito difícil e cheio de incertezas pela frente. A austeridade e os sacrifícios estão aí. Há um medo generalizado em relação ao futuro e as grandes ameaças são o desemprego e o empobrecimento colectivo, mas também a fragmentação social.
É necessário ultrapassar algum fatalismo que nos está a dominar, com confiança, determinação e optimismo, mas não creio que as mensagens de Ano Novo sejam mobilizadoras para os portugueses.
Estamos perante uma oportunidade de mudar de vida e de corrigir os erros cometidos desde 1987, quando os nossos políticos – e muitos deles continuam por aí - se deslumbraram e nos deslumbraram com a abundância europeia. São tempos difíceis!
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