O Diário
de Notícias completou hoje 150 anos de vida e esse facto merece ser
destacado, porque não é comum que as entidades empresariais portuguesas
nascidas no século XIX, designadamente aquelas que têm por objecto a edição de
periódicos, tivessem chegado ao século XXI. Neste tão longo período, o Diário
de Notícias atravessou regimes políticos e situações económicas muito
diferentes mas, no essencial, manteve a confiança dos seus leitores e dos seus
anunciantes, tornando-se num referencial da imprensa portuguesa e numa
verdadeira instituição cultural.
Em boa hora, o
jornal decidiu celebrar essa relevante efeméride com diversas iniciativas, de
que se destaca uma edição especial com 144 páginas impressas em papel couché e em formato berliner, que o próprio jornal classifica como “uma espécie de
viagem no tempo” e que recomenda que seja “para guardar”.
Esta edição
especial foi hoje distribuida com a edição diária do jornal e é, realmente, uma
viagem pelos grandes acontecimentos dos últimos 150 anos ou uma lição de História.
A reprodução fac-similada da primeira edição do Diário de Notícias, datada
de 29 de Dezembro de 1864, é o elemento mais interessante da edição, na qual se
incluem textos apropriados de alguns escritores de referência como António Lobo
Antunes, Manuel Alegre, Mário Cláudio, Gonçalo M. Tavares, Lídia Jorge ou
Miguel Sousa Tavares. Como curiosidades, a edição “serve” aos leitores duas interessantes
preciosidades: as quatro reportagens que Eça de Queirós fez da inauguração do
Canal do Suez em 1870 e a entrevista de António Ferro a Adolf Hitler em 1930,
pouco tempo antes do entrevistado se ter tornado o Führer da Alemanha.
150 anos de idade são por
si só uma notável efeméride de uma entidade que conheceu a Monarquia e a República, a Ditadura e a Democracia. Esta edição especial do Diário de Notícias celebra-a condignamente.
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